11 de mai. de 2009

Barrichello diz que vai ignorar ordens de equipe

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BARCELONA (Reuters) - Rubens Barrichello descartou neste domingo desempenhar um papel subserviente na Brawn GP para seu companheiro de equipe Jenson Button e afirmou que vai abandonar a Fórmula 1 se tiver a mínima suspeita de que o britânico está sendo favorecido.

O brasileiro, que terminou em segundo lugar -- atrás do companheiro e líder do campeonato -- depois de uma repentina mudança de estratégia no Grande Prêmio da Espanha, afirmou à Speed TV que "penduraria o capacete" se suspeitasse que a equipe não estivesse dando a ele chances iguais.

As chamadas "ordens de equipe" estão banidas na Fórmula 1, com Barrichello tendo sofrido com elas nos seus anos de Ferrari como um leal coadjuvante para o heptacampeão mundial Michael Schumacher.

No mais notório incidente que provocou muitos comentários em todo o mundo e ajudou a acabar com as ordens de equipe, Barrichello teve que deixar Schumacher passar e vencer o Grande Prêmio da Áustria de 2002.
Ross Brawn, que era o diretor técnico da Ferrari na época, negou após a corrida deste domingo que houve qualquer tentativa de favorecer Button na troca da estratégia do piloto para duas paradas nos boxes, enquanto Barrichello, que liderava a corrida, permaneceu com a estratégia de três paradas.
"Eu adoraria ver o Rubens vencer uma corrida e ver seu time vencer uma corrida porque seria muito bom para a equipe toda", disse ele a jornalistas.
Barrichello, que ultrapassou Button na largada para ficar com a liderança na prova, disse durante a coletiva de imprensa que ele ignoraria qualquer ordem da equipe de qualquer maneira.
"Eu tenho muita experiência com isso, e se acontecer, eu não vou seguir mais qualquer ordem de equipe. Deixo claro agora, então todo mundo sabe", disse o brasileiro, tendo Button ao seu lado.
Button destacou que ele não pediu a alteração para uma estratégia que ele esperava que favorece, na verdade, seu companheiro de equipe, e Barrichello deixou claro que não estava acusando ninguém.

"É muito diferente do que acontecia na Ferrari. Temos uma situação muito mais amigável, então não estou sentado reclamando disso ou aquilo", disse ele.
"A corrida terminou meia hora atrás e foi assim que aconteceu. De forma alguma vou ficar chorando aqui e dizendo que deveria ter feito isso ou aquilo."

Barrichello, que terá 37 anos no Grande Prêmio de Mônaco no final do mês, não vence uma corrida desde 2004, quando estava na Ferrari, e muitos no esporte não acreditavam nas chances dele competir este ano depois da temporada de despedida da Honda em 2008.

O surgimento da Brawn do que sobrou da Honda deu a ele uma sobrevida, mas o brasileiro tem em Button um adversário tão difícil de vencer quanto Schumacher. Button venceu quatro das cinco corridas até agora e Barrichello tem dois segundo lugares.

Por Alan Baldwin

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